Questões em aberto: a mudança de carreira

O objetivo do “Ciência Prática” não é apenas esclarecer dúvidas, mas dar espaço para questionamentos e discussões sobre a prática da ciência. Nesse sentido, gostaria de abrir essa série de artigos chamada “questões em aberto” com um questionamento de uma leitora.

Danielle decidiu trocar o curso de doutorado em Zoologia – um projeto no qual está dando tudo errado – por um emprego técnico-administrativo dentro da mesma Universidade e mudar de área do conhecimento. Isso gerou reações negativas de alguns colegas, o que ela agora tenta entender.

“Por que as decisões que tomamos durante nossas vidas (às vezes, aos 18, 20 anos de idade, para cursar uma graduação) devem ser definitivas? Por que não podemos, a certa altura da vida, simplesmente perceber que algo pode estar fazendo mal a nós, e mudar o rumo de nossa vida? Isso pode repercutir negativamente a longo prazo, por exemplo, quando formos participar de concursos para professores universitários? Onde está escrito que o que eu escolhi é imutável e “imexível”? Por favor, ajudem-me a entender isso!!”

Sobre Eduardo Yukihara

Pesquisador | Professor | Autor
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17 respostas para Questões em aberto: a mudança de carreira

  1. Ana Paula Espindola disse:

    Danielle, uma das coisas mais difíceis é não deixar que a opinião dos outros interfirram nas nossas escolhas, não interessa qual a sua idade. Importante é você ter em mente que não interessa o que você faça depois em sua vida, o conhecimento que você adquiriu vai estar com você e vai ajudar com que o seu ponto de vista seja um pouco mais amplo que o de uma pessoa que só ficou em um campo (como você vai usar essa habilidade fica por sua conta).

    Porque as outras pessoas ficaram incomodadas com a sua decisão é difícil definir: 1) Apesar da nossa expectativa de vida ter aumentado, as pessoas ainda pensam de uma forma mais antiga, aonde uma vez definido a sua profissão/carreira você não poderia mudar mais pq não teria tempo de se tornar boa na nova área e também que profissões eram estanques, sem interdisciplinariedade. 2) Pessoas que estejam no campo que você “abandonou” ficam incomodadas pq você as leva a questionar a própria escolha; 3) ou ficam com a impressao de que você está fazendo “pouco caso” da escolha delas…. Na minha opinião, todas as opções são problemas da pessoa que está te julgando, não seu… (isso não quer dizer que seja mais fácil para você). Talvez, se você possuir intimidade com algumas destas pessoas, converse com elas, tente entende-las tambem…

    Boa sorte na sua nova carreira e que você seja um sucesso na mesma.

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  2. Ana Paula disse:

    Esta é uma questão complicada e também vivenciada por mim. Minha decisão de mudança ,de certo modo, é um pouco mais radical que a de “Danielle”. Sou bacharel em Sistemas de Informação com pós graduação em Administração de Empresa e experiência de 8 anos na área de formação. Porém, aos 29 anos decidi cursar Medicina Veterinária. Hoje estou quase na metade do curso, muito feliz e lutando para conquistar a troca de profissão com sucesso mesmo sabendo que isso pode ser visto negativamente por muitas pessoas. Entendendo um pouco do “porquê” tal mudança gera reações negativas nas pessoas, acredito que este tema está diretamente relacionado na coragem das pessoas de enfrentarem tal mudança. A maioria das pessoas têm o “desejo” mas não tem a “coragem” de mudar e então passam suas vidas inteiras infelizes nos seus ofícios tentando habituar-se com algo que não lhes faz bem e, assim, alimentando o conceito do “imutável”.

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  3. Thamiris disse:

    Aproveitando o gancho: quais as pistas que devemos procurar para saber se a carreira não é a certa, se a pessoa é que não tem aptidão para aquilo ou se só precisa achar uma maneira mais conveniente ou confortável de executar essa tarefa?

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  4. Olá Tamiris, quando eu decidi sair da área que me incomodava (a Danielle do texto sou eu, rs), eu tinha decidido fazer uma análise crítica da minha vida pessoal e acadêmica, depois de ter lido muito sobre autoajuda, e olhar o relacionamento com as pessoas que me cercavam como se eu estivesse vendo de fora o que acontecia. A maior constatação foi que eu simplesmente estava cansada da vida como ela estava, porque eu estava intratável e extremamente estressada com a cobrança por um resultado no projeto que eu não estava conseguindo obter. Juntei a isso o fato de ter mudado de área entre o mestrado e o doutorado, além do currículo ruim (nenhuma publicação desde 2007), pois como fiz muitos estágios (o que também não é bem visto), minha produção da graduação é em várias áreas. Bem, no fim acabei passando num concurso para professor substituto na especialidade obtida no mestrado, e percebi que não estava totalmente feliz, apesar de ter ingressado num trabalho que eu gostava muito. Então, decidi fazer um concurso administrativo na mesma universidade e acabei passando, mas quando fui convocada estava no meio do semestre letivo, quando trabalhava como professora. E quando comuniquei que iria assinar o contrato (não questionei alguém sobre o assunto, pois penso que quem manda em mim sou eu), recebi muitas críticas negativas, das quais não gostei muito, e por isso mesmo decidi pelo meu emprego novo, e estou muito bem nele, obrigada. E vou recomeçar minha carreira acadêmica, em outra área. Quero vida nova daqui para a frente.

    Você questiona os sinais de que algo não vai bem na carreira acadêmica. Eu não sei a resposta certa, mas penso que quando você não se sente motivada a querer saber mais sobre os assuntos que você aprende ou estuda, se o seu projeto não traz resultados sobre os quais você tenha curiosidade ou outros questionamentos, se você não fica feliz com o que obtém como resultados, acho que está na hora de parar um pouco e pensar se isso é bom pra você.

    Concordo totalmente com a Ana Paula, e acho que é preciso ter muita coragem para assumir que algo em sua vida não vai bem, ao invés de se acomodar. O ser humano tem muito medo do novo. Como resultado desse medo, temos pessoas extrememente infelizes e estressadas, que não dão valor ao que conquistaram. Parabéns pela sua decisão, e também desejo muito sucesso pra você com os animais… que Deus abençoe você em sua nova profissão, e que ela lhe seja muito gratificante.

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  5. pocirga02 disse:

    Quero agradecer ao prof. Eduardo Yukihara, por ter aberto o espaço do seu blog para discussão.

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  6. Samara Ernandes disse:

    O fato é que nascemos para a felicidade, a qual não deve ser tida como distante, ou alcançada apenas após um grande empenho que demanda tempo e força, mas que deve ser vivenciada a cada dia, mesmo que não nos sintamos radiantes a todo o momento. Se uma situação, seja pessoal ou profissional, nos tira o brilho por um tempo considerado excessivo, é prudente avaliar e tomar decisões, ter atitudes, as quais envolvem mudanças, alterações mais ou menos drásticas, mas, enfim, mudanças. Obviamente que se estas mudanças são desconfortáveis a nós, agentes das mesmas, o mesmo ocorre aos que nos são próximos: incomodam-se, questionam-se sobre suas próprias decisões, conforme sabiamente colocado pela Ana Paula Espindola. O mais importante é ter serenidade para a constatação, a qual deve ser atrelada à coragem e perseverança, fundamentais no processo.
    Parabéns e sucesso em sua nova jornada rumo a felicidade, sempre!

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  7. Denise Gomes Alves disse:

    Eu sou professora universitária, cursei engenharia na graduação, mestrado e doutorado em engenharia, mas essa não foi sempre a decisão que eu busquei, antes de fazer engenharia eu cursei um ano e meio de fonoaudiologia em uma instituição particular. Quando eu tive que abandonar o curso por problemas financeiros, resolvi que iria cursar engenharia e foi o que fiz. Embora para muitos isso possa ser complicado e ao mesmo tempo assustador eu enfrentei e provavelmente se alguém me perguntasse se faria novamente, eu faria. A única certeza que eu tinha naquela época é que queria ser professora universitária de uma universidade federal. Eu consegui, e acredito que o que a gente sente no coração deve nos mover para o nosso objetivo. Se eu não sou feliz com o que estou fazendo agora devo tentar encontrar algo que me dê paixão de continuar todo dia. É difícil, traz um certo medo, mas é o melhor caminho a seguir. Quando você faz algo que gosta, todas as dificuldades são vencidas…Boa sorte a todos que escolheram mudar e aos que ficaram com o que tinham porque afinal de contas, dúvidas são sempre uma forma de se auto descobrir. Ficar ou mudar é uma questão de cada um …

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  8. Gabriela disse:

    Também compartilho este sentimento de não entender as reações das pessoas em relação as mudanças que fiz na minha carreira (trabalhei 8 anos numa empresa e passei por 3 áreas afim, mas diferentes setores, em diferentes cidades), e por fim, pedi demissão e fui fazer o doutorado na Inglaterra, aos 40 anos, em uma área diferente da que me formei inicialmente, mas decorrente das experiências anteriores. Fui mudando o foco da minha carreira ao longo destes 15 anos de profissão, mas não foi o foco da carreira em si que incomodou as pessoas, mas sim a necessidade de novos desafios e mudança, seja dentro da mesma instituição ou saindo da mesma e a capacidade de conseguir mudar o foco e ir, de fato, para o novo. O que eu achei mais curioso, foi a reação das pessoas ao meu “desapego” (não que tenha sido fácil para mim). Todos brigavam por certas posições na empresa (apegadamente, como se aquilo fosse o máximo e a última opção na face da terra e estão até hoje lá, em situações recorrentes) e quando eu sai para algo novo, que abria perspectivas, tipo um blue ocean, simplesmente algumas pessoas ficaram de queixo caído, pois, primeiramente, não tinham esta possibilidade dentro do paradigma deles e, segundo, não me viam como alguém capaz de algo do tipo (estavam presos nas suas arrogâncias). Bem, depois, já na academia, na Inglaterra, novamente os mesmos casos: as pessoas não se conformam de que para mim é um sabático e que não quero me envolver nas questões político-administrativas, pois meu foco é outro, é desenvolver os skills de pesquisadora. Mas para os que querem engajar na instituição, meu desapego não faz sentido e eles não entendem a minha forma de competir no mercado. Chego a conclusão de que é como dizem: a mudança incomoda e padrões diferentes dos que estamos acostumados também incomodam.
    Acho que o que importa é ser honesto e coerente consigo mesmo e fazer as escolhas conscientemente, tentando atender as próprias expectativas, mas sendo capaz de quebrar alguns paradigmas para poder passar realmente para novas situações. Enfrentar as novas situações também requer energia (o empreendedor é um tipo de pessoa que não tem medo de errar e desenvolve a habilidade de lidar com os erros e aprende com eles), requer entender os próprios limites e ultrapassá-los quando for o caso, da forma que faz sentido no momento. Mas no fim, tudo só vale a pena se conseguirmos ser feliz diariamente. O difícil é saber o que é felicidade para si mesmo.

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  9. Ta disse:

    Oi gente! estou passando pela mesma situação, bom, na verdade a minha foi um pouco mais complexa rs… sou nutricionista e fiz IC na área de nutrigenomica, uma área muito interessante, e deppois da graduação, claro parti pro mestrado nessa área… mas não foi como eu imaginava…. tive tantos problemas com orientação que fiu obrigada a mudar… só q infelizmente não consegui nada na mesma área… fui parar em outra área completamente diferente do que eu imaginava pra mim… não estou nem um pouco realizada… mas, agora estou com medo de largar tudo pela metade e começar tudo do zero por uma coisa que eu queria em outra instituição… nem sei o que pensar por onde começar, tenho medo de chatear minha orientadora, afinal ela é uma pessoa tão legal e tão prestativa, faz tudo parecer tão interessane, e de fato é interessante, mas não faz todo esse sentido pra mim… eu acho q devia ter pensado nisso antes de começar, mas infelizmente falhei nessa parte… e preciso decidir isso no máximo até o final desse mês… preciso conseguir fazer isso…

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  10. Alessandra disse:

    Boa noite, após 10 anos de formação em fisioterapia com 3 especializações e trabalhos nesta área, fiquei grávida e passei a repensar muito na minha carreia, mudei de cidade por conta do meu marido e quando fui retomar a minha profissão, já não sentia mais o mesmo prazer e me deixava muito triste a falta de reconhecimento profissional em trabalhar em clínicas e/ou estudios de pilates.

    Independente das minhas especializações, experiências profissionais que sempre tive em sp ou em Lisboa, nada disso é reconhecido aqui no interior. Além da falta de estabilidade financeira, agora com uma bebe, muitas questões foram levadas em consideração.

    Depois de bater em muitas portas e ter oportunidades, porém com baixíssimas remunerações, fiquei muito confusa e um sentimento que sempre tive no meu íntimo veio “à tona”…. quero mudar de profissão, quero trabalhar em empresa, setor administrativo!

    Novas duvidas, pós ou prestar vestibular novamente???? ainda não tenho esta resposta ao certo. Me inscevi numa boa especialização em administração de empresas – FGV e estou apostando todas as minhas “fichas” que será uma oportunidade para fazer o que desejo. Mas vem a minhs dúvida, será que uma empresa me contrataria somente com a pós? Não estou querendo ingressar logo como cargo bom, gerencia, e sim colocar em prática meus aprendizados da pós, iniciando mesmo nesta nova carreia corporativa. Vocês acham que pode ser possível????

    Obrigada

    Alessandra

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    • Alex disse:

      Oi Alessandra, espero que tenha conseguido caminhar nessa trajetória…
      Como você está hoje em dia?

      Minha esposa está em situação muito parecida, inclusive, formada em fisioterapia também, tentando mudar de área e na dúvida se volta para faculdade ou se avança para uma pós. Temos algumas opções e talvez até um negócio próprio, mas seria bom ouvir a experiência de outras pessoas em casos similares. O que você concluiu?

      obrigado!

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      • Sarah Sousa disse:

        Oi Alex, também sou formada em fisioterapia há quase 3 anos, e estou bastante bastante frustada com a profissão,é uma profissão linda, porém a remuneração é baixíssima, estou concluindo minha pós em dermato e mesmo assim, ainda que trabalhe em clínicas de estética e não dependa de planos de saúde, eles pagam pouco…A solução é você montar seu próprio negócio, porém não tenho capital para isso, estou tentando mudar de área e pensei na administrativa, também estou em dúvida se faço outra graduação ou uma pós. E sua esposa decidiu o que?

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  11. Marisol Blanco disse:

    Boa noite,
    Sou formada em Ciências Contábeis, tenho alguns cursos de especialização nessa área e trabalhei como contadora durante 10 anos. Após meu casamento morei no exterior alguns anos e quando voltei ao Brasil eu estava muito desatualizada na área contábil, além disso queria mudar de profissão. Nos últimos 3 anos comecei a trabalhar como professora de espanhol em cursos livres e também In Company. Sou espanhola nativa e gosto muito do meu trabalho atual, porém não tenho uma licenciatura.
    Gostaria de saber se uma pessoa graduada em Ciências Contábeis a 15 anos atrás pode se candidatar ao Mestrado da USP em Letras/Espanhol.
    Aguardo uma resposta.
    Obrigada
    Marisol

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  12. Fabiana Carvalho disse:

    Olá, minha historia não é diferente das demais.
    Tenho em comum o grande vazio no coração em relação as minhas escolhas profissionais.
    Sempre quis cursar medicina humana, por não ter condições financeiras deixe meu sonho de lado.
    Com muito trabalho, procurei um curso alternativo e que caberia em meu bolso e acreditava que iria acalmar minha necessidade em auxiliar e tratar pessoas. Fiz Naturopatia em SP, 3 anos de curso. Ao terminar precisava procurar uma área onde eu pudesse me especializar, procurei a medicina tradicional chinesa, mais 2 anos. Fora isso fui fazendo vários cursos paralelamente, e já atuo na área.
    De uns meses para cá, comecei a me sentir desanimada e sem inspiração para sair de casa e ir atender as pessoas. Sem vontade de assistir as duas últimas aulas e começar o trabalho cientifico para finalizar o curso. Não sinto interesse em ler mais sobre o assunto.
    Percebi, que não quero mais atuar na área como terapeuta.
    Pensei, repensei ainda um pouco insegura, estou pensando em largar tudo e fazer medicina veterinária.
    Estou naquele momento crucial de largar tudo e recomeçar os planos.
    Talvez volte a fazer cursinho e tente uma usp.
    Ainda não sei bem…rsrs…
    Mas a certeza que preciso mudar de profissão esta latente e pulsando em meu coração…
    O que me deixa insegura é o fato de ter trinta anos e pensar que irei terminar aos 35 me assusta muito.
    Não tenho muito o que fazer, ao não ser, a minha própria vontade de seguir como uma metamorfose ambulante, como dizia o Rauzito!
    No final das contas somos assim mesmo, seres mutáveis…tão pouco tempo de vida para ficar pensando e somando medos e inseguranças…devemos seguir em frente e mudar sim, quantas vezes forem necessárias, até encontrar uma profissão que não seja trabalho e sim realização!
    É o que quero encontrar….rsrsrs
    É isso….

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  13. Marcelo disse:

    Olá, vocês possuem algum grupo de discussão atualizado, onde discutem com mais frequência essas questões? Eu estou com um problema sério no que diz respeito a futuro e profissão e não sei o que fazer. Sou um biólogo frustrado, porém não com a profissão e seu universo mas com as péssimas escolhas que tomei ao longo dos últimos 7 anos. Adoro a carreia ambiental e tenho o sonho de ser analista ambiental público, do ICMBio. Acontece que me sinto um profissional da minha área muito xinfrin, uma vez que me formei no final de 2014, tenho 28 anos e com experiência apenas e exclusivamente em um laboratório no qual fiz estágio. Acontece que fiz estágio e realizei meu trabalho final pautado em uma área muito mas muito pouco reconhecida e que me tirou 100% todo o tesão. Tenho dois arrependimentos muito grandes nessa história: um de que eu larguei uma ótima oportunidade de estágio ainda na faculdade, em gestão ambiental de unidades de conservação para entrar nesse laboratório e outro, antes de fazer Biologia, que foi largar o curso de Engenharia Florestal. Enfim..hoje estou desempregado, meio deprimido, sem saber o que fazer. Acabei fazendo uma faculdade ruim ligada a esse arrependimento da Engenharia e mal hoje por ter largado uma oportunidade grande de crescer dentro da Biologia (na gestão das UCs). Estou perdido pois agora é tarde para se mudar algo. Não sei se faço outra graduação ou se faço Mestrado, que no caso seria com certeza em outra área (mas uma área da qual não entendo então dificultaria bem mais as coisas). Enfim..se alguém puder opinar sobre..agradeceria.

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  14. Ana de Macedo disse:

    Li todos os comentários e confesso que me sinto aliviada em saber que não sou a única a ter este sentimento de vazio, com relação ao lado profissional. Eu sou formada em biologia, fiz mestrado, estou para terminar meu doutorado na Inglaterra. Para todos, minha carreira é o sonho de muitos, mas eu me sinto frustada e gosto mesmo de questões ligadas ao meio-ambiente e de artes. Na graduação, eu já sabia que gostava mesmo era de permacultura, mas não tinha condições financeiras de ir em frente, não tinha contatos e acabei optando por um laboratório. Sete anos depois, cá estou eu ainda trabalhando com fisiologia humana. Dá realmente um desespero de fingir que gosto do que faço, mas, por ser bolsista, não posso nem pensar em desistir, pois teria que devolver o dinheiro todo, mas, agora que estou terminando, penso em seguir novos rumos, mas o único que sabe é meu marido, já que as pessoas ao meu redor jamais entenderiam. Eu mesma, sinto uma dúvida cruel às vezes, pois sinto que vou largar todos estes anos de estudo no lixo! Se optasse pela carreira acadêmica, com certeza teria algum futuro, mas jogar tudo para o alto por um sonho, é também um risco financeiro. Aliás, gostaria de dizer que tenho já 33 anos, então não desanimem se já tiverem passado dos trinta. Trabalhar com o que não gosta é uma tortura! Algumas pessoas não têm escolha, mas se temos a escolha, temos que ir em frente, mesmo que seja um risco!

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